PORQUE PROTESTO
Meu companheiro de infortúnio,
Madriana exangue que te finas...
já nem encontro o teu sangue
que se escoa das veias finas.
O sol não ouve o meu apelo
depois duma noite dolorosa,
o teu corpo arrefece, pesadelo
da vida que se escapa desditosa!
As palavras presas na garganta
aumentam o perturbante silêncio,
mas o protesto contra as balas
não ajuda a conjugar a razão
porque jazem os heróis frios
em terras onde a pátria apodrece
com a degradante governação.
Horas da raiva que se desvanece
neste cenário onde o prumo esquece
o desejo de fazer o que não faço:
- bater a todas as portas e janelas
e afugentar a corja do Terreiro do Paço,
para acabarem as nossas mazelas!
Napota, Março de 1966
Meu companheiro de infortúnio,
Madriana exangue que te finas...
já nem encontro o teu sangue
que se escoa das veias finas.
O sol não ouve o meu apelo
depois duma noite dolorosa,
o teu corpo arrefece, pesadelo
da vida que se escapa desditosa!
As palavras presas na garganta
aumentam o perturbante silêncio,
mas o protesto contra as balas
não ajuda a conjugar a razão
porque jazem os heróis frios
em terras onde a pátria apodrece
com a degradante governação.
Horas da raiva que se desvanece
neste cenário onde o prumo esquece
o desejo de fazer o que não faço:
- bater a todas as portas e janelas
e afugentar a corja do Terreiro do Paço,
para acabarem as nossas mazelas!
Napota, Março de 1966
(autor desconhecido)
Sem comentários:
Enviar um comentário