quarta-feira, agosto 05, 2009

Viagem...



VIAGEM...
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A maré está em maré baixa.
Para onde foi a água salgada
E o sal que me temperou?
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Meu barco sulca pelas águas que ficam...
Porque ficam as águas que não partem?
Quando partem as águas que ficam?
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A maré está calma...
As águas parecem quedar:
O barco desliza e faz ondas,
Nas águas calmas e mansas,
Sopra uma ligeira briza
E o barco desliza...
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Outro barco passa...
Já passou!
Por tempestades
Por dias de Sol...
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Meu barco de contida graça
Semeia carneirinhos,
Branca espuma,
No verde-mar.
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Quantos marinheiros respiraram este ar?
Quantos pescadores lançaram as redes?
Quantos mares acolheram estas águas?
Mágoas?
Meu barco abranda
Estava proibido de atracar
Nas palavras que oincelam
As cores deste náufrago.
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- O barco vai parar!
Grito ao arrais.
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Estou finalmente a chegar
Ao fim destas palavras
Olho as amarras
Com que prendem o barco...
A maré continua vazia...
Há tanto lodo no cais!
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Rogério Martins Simões

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