Poema
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A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
A minha vida é o mar o Abril a rua
O meu interior é uma atenção voltada para fora
O meu viver escuta
A frase que de coisa em coisa silabada
Grava no espaço e no tempo a sua escrita
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Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Sabendo que o real o mostrará
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Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
Não tenho explicações
Olho e confronto
E por método é nu meu pensamento
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A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
A terra o sol o vento o mar
São a minha biografia e são meu rosto
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Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
Por isso não me peçam cartão de identidade
Pois nenhum outro senão o mundo tenho
Não me peçam opiniões nem entrevistas
Não me perguntem datas nem moradas
De tudo quanto vejo me acrescento
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E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
E a hora da minha morte aflora lentamente
Cada dia preparada
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Sophia de Mello Breyner Andresen
Sophia de Mello Breyner Andresen
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